Sou o Zé Mário Branco, 37 anos, do Porto


“Em 2013 vivia numa casa grande. Nos seus 3 pisos e meio vivíamos 6 ou 7, mais os que por lá pairavam em jantares, festas e reuniões artísticas e políticas. Na altura construí uma câmara 8x10 porque queria muito ver negativos desse tamanho mas não tinha dinheiro para comprar uma máquina. A lente que usei era uma lupa de 1,5 €.

Dessa câmara artesanal nasceram estes retratos que relatam o momento em que, antes duma manifestação anti troika, o disco do “FMI”, do José Mário Branco, encravou quando se ouve: 

“...esta merda não anda...” 

E assim ficou em loop durante uns segundos.
Em 2017 decidi fazer esta pequena edição caseira de 12 exemplares, sobre cadernos antigos que uma geração usou. Estas impressões pobres são como notas minhas sobre um momento da minha vida que é nossa.”

Dinis Santos 2017



Cada caderno é constituído por um conjunto de retratos feitos em película 8x10 preto e branco, um pequeno texto que contextualiza a produção dos retratos e um breve excerto da letra da canção “FMI” do Zé Mário Branco. 
É um retrato colectivo de uma geração, ou pelo menos de uma parte de uma geração, que viu a crise financeira de 2008 como uma barreira ao seu desenvolvimento pessoal, colectivo e económico e que não quis aceitar tal.



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